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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Casa do Fidalgo - Castelo Bom


A Casa do Fidalgo [datada de 1510] situa-se em  Castelo Bom, Guarda (Portugal).
Castelo Bom é uma freguesia do concelho de Almeida, no distrito da Guarda. Situa-se na zona raiana da Beira Interior, mais concretamente na sub-região da Beira Interior Norte. Foi vila e sede de concelho durante mais de quinhentos anos.
A povoação situa-se num cabeço saliente no vale do rio Côa, cuja altitude máxima é de 725 metros, na zona do Castelo.  A altitude mínima da freguesia (cerca de 550 metros) atinge-se assim junto ao rio, enquanto que os pontos mais elevados (cerca de 770 metros acima do nível do mar) se situam no limite com a freguesia da Freineda. As elevações que mais se destacam são o Cabeço do Vale de Nogueira, o Alto dos Chapéus e a Ermida de Santa Bárbara, para além da colina onde se situa Castelo Bom.
O rio Côa constitui o limite ocidental da freguesia com as suas vizinhas Mido, Castelo Mendo e Senouras. Castelo Bom confronta ainda com Vilar Formoso e São Pedro de Rio Seco a leste, Freineda a sul, e Naves, a norte.
Foto: Casa do Fidalgo (Século XVI), Castelo Bom, por João Pedro Ribeiro
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/00/Casa_do_Fidalgo_%28Castelo_Bom%29.jpg

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Rota das Aldeias Históricas


A Rota das Aldeias Históricas é um percurso pedestre que tem como principal objectivo a visita às 12 aldeias históricas portuguesas, sendo percorridas 52 povoações, em 17 concelhos da Beira Interior num total de cerca de 540 km.

Para além das povoações, este percurso atravessa três áreas naturais protegidas 
Parque Natural da Serra da Estrela,
                    
O Concelho de Manteigas, é um território privilegiado e singular em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, cujas condições naturais, ecológicas e paisagísticas deslumbram naturais e visitantes. 


O Parque Natural do Douro Internacional,
 abrange a área que vai desde o troço fronteiriço do rio Douro, na qual se incluem o seu vale e os planaltos a ele adjacentes, prolongando-se depois ao longo do vale do rio Águeda, um dos seus afluentes, abrangendo assim uma extensão de apróximadamente120 quilómetros. A parte norte do Parque Natural do Douro Internacional é composta por um extenso planalto, cujas altitudes são de cerca de 800 metros, correspondendo à zona de Trás-os-Montes. Nesta zona, o vale do rio Douro é formado por arribas de formação granítica, em escarpas de rara beleza. Depois, à medida que se vai percorrendo o rio em direção ao sul, o vale vai-se alargando cada vez mais, sendo a zona junto ao rio mais plana, mas mantendo-se o vale com encostas escarpadas. Na zona junto ao Douro vinhateiro, observa-se um clima temperado (microclima), com baixa temperatura, e temperaturas amenas no Verão.

Reserva Natural da Serra da Malcata 
e por isso facilmente se depreende que é um percurso de uma beleza natural imensurável onde são divulgados diversos valores e saberes das regiões por onde se passa. Esta grande rota é de dificuldade elevada na medida em que apresenta grandes desníveis nas regiões montanhosas e tem ligação à Rota da Idanha e à Rota da Egitânia .

https://sites.google.com/site/descportugal/aldeias-historicas/rota-das-aldeias-historicas

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Linhares

Linhares localiza-se a cerca de 810 metros de altitude, numa das faldas da Serra da Estrela, no concelho de Celorico da Beira, acerca de 4 Km da Estrada Nacional 17 que liga Coimbra à Guarda.
Quadro Histórico

A origem da povoação remonta provavelmente a 580-500 a.C. e terá sido fundada pelos Túrdulos (povo que habitava a Bética, hoje Andaluzia). Posteriormente, Linhares foi conquistada pelos Romanos e ter-se-à chamado Lénio ou Leniobriga. O próprio vocabulário indica, através de sufixo briga, a existência provável de uma povoação fortificada no alto de um monte. Entre o séc. III a.C. e a ocupação romana foi habitada pelos Lusitanos.
Quando os Romanos conquistaram a Península Ibérica Linhares Continuou habitada e passou a ser atravessada por uma importante estrada romana que ligava Emerda (actual Mérida, em Espanha) a Braccara Augusta (Braga). Restos de estrada romana são ainda bem visíveis na calçada tão peculiar que existe no meio de nada, pedras grandes bem polidas, memória de um passado muito distante . Existe também a ruína de um fórum romano, pequena tribuna sobrelevada, com um banco ao redor e uma mesa onde se tomavam decisões comunitárias ou se faziam julgamentos. É uma construção original e única: o granito, tão característico da região, é aqui integralmente utilizado. Com a progressiva chegada dos Bárbaros à Península, Linhares foi marco de cristianização, tendo-se tornado, com os Visigodos (séc. VI e VII), sede da Diocese.
Com a invasão muçulmana, que ocorreu após anos de existência pacífica destas comunidades, tudo se alterou. Viveu-se um clima de insegurança, com as povoações a voltarem-se sobre si mesmas, tendo a agricultura como única fonte de subsistência. A Diocese de Linhares deixou então de existir, tendo passado a sua sede para Coimbra.
As informações sobre Linhares nessa época contradizem-se: ora a dão como destruída e arruinada no séc. VIII, ora apresentam o castelo como tendo origem numa fortificação moura. Há inúmeras lendas que relacionam Linhares com a presença moura, tal como histórias de mouras encantadas que permaneceram no imaginário das suas gentes. Uma das lendas mais citadas respeita à vitória dos habitantes de Linhares sobre as hostes do chefe muçulmano Zuzar que ocupava o castelo de Azuzara, próximo de Mangualde. Este facto terá sido comemorado até ao séc. XVII numa romagem a uma capela onde existiu o Castelo de Azurara e de onde se avistava Linhares.
No ano de 900 Afonso Magno, de Leão, recuperou as terras até Coimbra. Linhares sofreu novo incremento em tempo de paz e era já de denominação cristã antes da fundação da nacionalidade portuguesa.
Menos de dois séculos depois, em 1169, D. Afonso Henriques conquistou definitivamente Linhares aos mouros, integrando-a numa linha defensiva da região, da qual faziam parte Trancoso e Celorico da Beira; em Setembro desse mesmo ano concedeu-lhe foral. O primeiro senhor de Linhares foi o próprio rei: "os moradores do concelho não teriam outro senhor a não ser o rei ou seu filho".
No entanto, o período de instabilidade prosseguiu e, segundo a tradição, no reinado de D. Sancho II, em 1198, a Beira foi invadida por castelhanos e leoneses que se apoderaram de Celorico. O seu alcaide Gonçalo Mendes, pediu então auxílio ao seu irmão Rodrigo Mendes, alcaide de Linhares, ambos filhos do Alcaide de Castelo Mendo, D. Mendo Mendes. Conta a tradição que este combate se realizou numa noite de Lua Nova, que iluminou os combatentes, e que estes, combatendo com bravura, derrotaram o inimigo. Ainda hoje as bandeiras de Linhares da Beira e Celorico da Beira ostentam um crescente e cinco estrelas.
Linhares foi doado a D. Isabel, filha bastarda de D. Fernando, que se casou com D. Afonso, filho bastardo de D. Henrique II de Castela. Em 1348, o alcaide-mor Martins Afonso de Melo, por carta régia de D. Fernando, ficoucom as rendas e os direitos de povoação. A sucessão ao trono dividira Portugal, e o alcaide de Linhares, apesar da oposição de toda a população , entregou o castelo ao rei de Castela. Linhares conheceu, a partir daquela época e durante cerca de dois séculos, um período de grande prosperidade e desenvolvimento económico. D. João I, já aclamado rei nas Cortes de Coimbra, fez a doação destas terras a Martin Vasques da Cunha, pela recompensa dos serviços prestados.
Em 17 de Abril de 1411 foi criada a casa senhorial do Infante D. Henrique, duque de Viseu e senhor Covilhã, a qual abrangia grande parte da comarca da Beira. Num total de 125 terras, 97 eram henriquinas.
D. Manuel deu Foral Novo a Linhares em 1510. A época de prosperidade e desenvolvimento económico que se iniciara com a expansão atingiu o seu apogeu.
Terá existido em Linhares uma colónia de judeus, tendo em conta os nomes que constam dos processos da Inquisição, como naturais da região. Dadas as características prováveis das habitações que serviam para comércio e residência, a judiaria situar-se-ia próxima do adro da Igreja, na parte superior da povoação, por aí se realizar uma feira. As habitações têm sinais característicos: cruzes apostas nos ombrais das portas, datas com referência à construção das casas, símbolos e outras inscrições. Esta simbologia encontra-se um pouco por toda a povoação.
D. João III elevou Linhares a condado, tendo sido o primeiro Conde D. António de Noronha. Existiam duas paróquias na povoação que crescia e se desenvolvia: a da Nossa Senhora da Assunção, anteriormente de Santa Maria, que foi crescendo ao gosto das sucessivas épocas; e a de Santo Isidoro, que também sofreu transformações e onde, em 1576, foi instituída a Misericórdia, que teve o seu hospital na Albergaria.
Em 1640, foi extinto o título de Conde de Linhares e os seus bens confiscados para a coroa por ele ter servido o Rei de Castela, aquando da dominação Filipina. D. João IV renovou o título, sendo renovado até ao sexto conde, apesar do senhorio da Beira ser, desde 1698, umas instituição patrimonial de segundos filhos dos reis: a casa do infantado. Um conde de Linhares, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, ocupou cargos políticos nos reinados de D. Maria I e de D. João VI, tendo emigrado com a família real para o Brasil.
O aparecimento dos solares, com características eminentemente barrocas, atesta a prosperidade económica das grandes casa que foram aparecendo nos séc. XVIII e XIX, hoje já assimiladas pelo conjunto e coexistindo com ele em perfeita harmonia. Muitas das actividades eram regidas por conselhos de vizinhos e tinham carácter comunitário, que ainda hoje se mantêm. No séc. XVIII a população diminuiu e a povoação declinou.Durante as Invasões francesas, de 1808 e 1810, Linhares ainda tinha sob a sua alçada seis concelhos. Em 1820 elegeu um deputado para as cortes, seguindo-lhe a sua estagnação e decadência.
O concelho foi extinto em 1842, data em que passou a ser apenas uma freguesia do Concelho de Celorico da Beira.

Programa de Intervenção
Recuperação do aglomerado, restituindo-lhe a morfologia e a identidade do seu passado medieval e transformando-o em centro de atracção turística, cultural e desportiva.
Tem-se nomeadamente em conta que, pela sua localização, Linhares possui condições excepcionais para a prática de parapente, sendo actualmente um centro de prática daquela modalidade desportiva já referenciado nos roteiros internacionais.

Castelo Rodrigo

Castelo Rodrigo situa-se sobre uma alta e isolada colina, na cota 770m a 820m. Localiza-se nos vastos territórios de Riba Côa, a 10 Km da margem direita do rio Côa, próximo da Ribeira de Aguiar, 3 Km a sul de Figueira de Castelo Rodrigo e a 12,5 Km da raia espanhola.
Encontra-se na confluência da Estrada Nacional 332, vinda de Almeida, e da estrada Nacional 221, vinda de Pinhel.
                                
Quadro Histórico
Os vestígios mais antigos da presença do homem no território são achados do Paleolítico. A cultura megalítica e a cultura castreja reflectem-se na sua toponímia. O domínio romano apresenta muitos vestígios na região. Existem lápides epigrafadas e dezassete estações arqueológicas no concelho, na sua maioria restos de villae romanas. A passagem dos muçulmanos ficou marcada por vestígios ainda existentes na cisterna e nalgumas casas no interior do Castelo.
As primeiras referências escritas datam da época da Reconquista e mostram a importância que tinha para os reis de Leão o repovoamento deste (então seu) território: foi-lhe atribuído o título de vila e foi elevada a concelho por Afonso IX de Leão.As doações feitas aos frades Salamantinos, fundadores da Ordem de S. Julião do Pereiro, e aos primeiros frades de Santa Maria de Aguiar, oriundos de Zamora, revelam uma idêntica preocupação com a reorganização e povoamento desta área, de que o convento de Santa Maria de Aguiar é, hoje, importante testemunho. Aliás, historicamente, nenhuma povoação raiana exerceu, por período tão longo, um lugar tão relevante nas relações luso-castelhanas e na defesa do território português.
Em 1170 Afonso Henriques conquistou Castelo Rodrigo aos mouros mas ela será novamente perdida, tornando a ser reconquistada por D. Sancho I, em 1209, data em que este lhe concede o seu primeiro Foral.
Castelo Rodrigo, povoação fortificada desde a mais remota antiguidade, foi integrada definitivamente no território português a 12 de Setembro de 1297, pelo tratado de Alcanizes; D. Dinis , que confirma o seu Foral em Trancoso, em 1296, mandou repovoar e reconstruir o Castelo. Sendo palco de constantes guerras, D. Fernando mandou novamente reparar as suas muralhas.
Foi por esta época que Castelo Rodrigo pediu a D. Fernando Carta de Feira, o que lhe foi concedido por Carta Régia de 23 de Maio de 1373, devendo a Feira ser feita a 18 de cada mês "se nesse dia não se fizer outra feira franqueada em algum lugar acerca dessa vila". Porém, passado pouco mais de um ano, em 1374, o Rei altera a data da Feira para o dia 1 de cada mês; mais tarde, em 1386, D. João I muda a data da Feira, o que causou graves prejuízos aos moradores; anos depois, estes escreveram ao Rei pedindo a alteração da data para o dia 25, o que lhes foi concedido "... com tanto que façam em dias taes que não façam em nenhum prejuízo às outras feiras que se fazem nas outras vilas e comarcas d'arredor".
Durante a crise de 1383-85 Castelo Rodrigo tomou o partido de D. Beatriz e de D. João de Castela pelo que D. João I, o Mestre de Aviz, castigou a vila, mandando que o seu brasão ficasse com o escudo das armas reais invertido e tendo-a colocado na dependência administrativa de Pinhel.De novo a Vila se despovoou e caiu em ruínas.
D. Manuel mandou, novamente, que fosse repovoada, bem como restaurado o Castelo, tendo-lhe dado Foral Novo em 25 de Junho de 1508.Os dois primeiros reis da Dinastia dos Filipes instituíram o condado e o marquesado de Castelo Rodrigo na pessoa de Cristóvão de Moura, filho de um alcaide da povoação e defensor da causa filipina, que fez erigir, em 1590, um magnífico palácio residencial no interior da antiga alcáçova. A 10 de Dezembro de 1640 a população de Castelo Rodrigo, revoltada contra o fidalgo, pôs fogo ao palácio do traidor.
De novo Castelo Rodrigo se vê envolvida nas lutas contra Castela tendo, em 1664, sofrido o Cerco do Duque de Ossuna. A sua guarnição, apenas com 150 homens, resistiu heroicamente até à chegada de reforços portugueses, altura em que se trava batalha nos campos junto ao Mosteiro de Santa Maria de Aguiar. Conta-se que o Duque se Ossuna e D. João d'Austria terão escapado com vida, disfarçados de frades.
Castelo Rodrigo foi ponto de passagem dos peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela, aqui acolhidos e cuidados por uma confraria de frades hospitaleiros, estabelecida em Portugal desde 1192.
Após as Guerras da Restauração Castelo Rodrigo foi perdendo a sua importância e, a 25 de Junho de 1836, por Carta Régia de D. Maria II, a sede de concelho passou para a povoação de Figueira de Castelo Rodrigo.

Programa de Intervenção
Pretende-se a valorização da povoação como elo da cadeia de fortalezas fronteiriças, nomeadamente do eixo Almeida/Castelo Mendo/Castelo Rodrigo, e como pólo de atracção turística que beneficia da navegabilidade do rio Douro até Barca D'Alva e da proximidade de Espanha. Para tal importa reactivar artes e ofícios tradicionais, como factor de dinamização económico-social, tendo como suporte o fluxo turístico.
http://www.turismoserradaestrela.pt/index.php/pt/rotas-turisticas/turismo-cultural/rota-das-aldeias-historicas/item/137-castelo-rodrigo

Castelo Novo

Castelo Novo é uma aldeia do Concelho do Fundão, encaixada a meia encosta nascente, na Serra da Gardunha, entre os 600 e 635 m de altitude e as ribeiras de Gualdim e de Alpreada. Toda ela se desenvolve de uma forma concêntrica, em torno de um elemento de referência, o Castelo, nomeadamente a torre de Menagem. Por trás dos Paços do Concelho, no ponto mais alto e central da aldeia, impõe-se o Castelo, representando a arquitectura militar gótica e manuelina, com a sua torre sineira e de menagem.
                                     
Apesar do seu estado de ruína, no pano de muralha é perceptível a existência de duas portas a nascente e a poente, que constituíam entradas na cidadela.
A rudeza da envolvente e a índole medieval, comprovada documentalmente pelo foral outorgado por D. Pedro Guterres, no início do século XIII, durante o reinado de D. Sancho I. Este foral conferiu a Castelo Novo a qualidade de mais antigo de todos os antigos concelhos existentes na circunscrição do actual município do Fundão, deram mote a um desenho que evidencia a silhueta desgastada da Torre.
O sol que invade a Aldeia de Castelo Novo e que a aconchega, transforma-a num cenário de contrates muito especial.